O fim de um ano esquecível



Time bicolor tropeça nas próprias pernas, perde a chance de voltar à Série B, depois de cinco anos. Em 2012 será diferente?

Não deu. Fim da linha. Mais uma vez, o Paysandu fica pelo caminho, perde a chance de voltar à Série B do Campeonato Brasileiro, e coroa com fel uma temporada marcada por tropeços e irresponsabilidade. A derrota por 2×1 contra um América de Natal fraco, ruim, capengando entre os chutões e os erros de passe, reabriu os olhos do torcedor bicolor para a real situação do clube e do futebol do Pará. Nós assistimos, resignados, a um show de horror no Rio Grande do Norte.
Desde o primeiro semestre, a equipe do Paysandu mostrou que o ano poderia ser pior do que os anteriores. Ovice-campeonato estadual, a derrota pro Independente, indicando dias ruins e torcedores sofrendo pelos mesmos erros. Dezenas de contratações erradas, investimentos jogados no lixo, pela falta de bom senso, pela displicência administrativa e pelo desrespeito a um clube de Libertadores da América.
Mas ainda havia a chance da redenção, o Campeonato Brasileiro. Pela quinta temporada seguida na terceira divisão, o Papão seria a salvação do esporte na região inteira, sem representantes entre os 40 melhores times do país desde 2007 (quando foram rebaixados o São Raimundo/AM e o Clube do Remo). Na primeira fase, Rafael Oliveira, um dos artilheiros do Brasil no ano, não foi o mesmo. Jovens atletas não adiantaram. A experiência de veteranos também. Mas deu pro gasto.
Na segunda fase, porém, uma sucessão de fatos patéticos fez ruir um favoritismo mais tradicional do que conjuntural. Duas vitórias no início, e o coração dos torcedores começou a bater mais forte, começou a ter fé no acesso. A subida foi alta demais, a queda… Rio Branco. Duas palavras que mudaram o rumo do Paysandu.
Perda de pontos, crise financeira, rixas internas, falta de controle. A realidade bateu à porta da Curuzú, e o castelo de areia, mais uma vez, desmoronou. Frágeis, os jogadores não esconderam a desmotivação de homens que trabalham sem receber. O desrespeito da diretoria refletiu nos atletas, que refletiu no torcedor. Mais uma vez, o time bicolor ficou pelo caminho. A sensação é, ao mesmo tempo, de incredulidade e de conformismo. Muitos já sabiam. Muitos não queriam acreditar.
Icasa/CE e Salgueiro/PE, equipes incipientes, chegaram ao acesso com a chancela do Papão da Curuzú, pelas causas que todos nós conhecemos há muitos, muitos anos. Em meio a paixão dos torcedores paraenses, que sofrem com os insucessos do Clube do Remo, vêem a Tuna Luso, bicampeã brasileira, tentando disputar a elite do Campeonato Estadual, amargam mais uma derrota.
Deixando toda rivalidade de lado, por um minuto, é notório que todos perdemos. Quem ama futebol no Pará, uma torcida apaixonada, sabe que o tombo foi enorme, mas não gigantesco. Afinal, é difícil se machucar em uma queda, quando se está tão perto do chão. Infelizmente, a Série C deve deixar de ser tratada pela imprensa e por todos nós como um calvário, uma fase que passará. A Terceirona é o limite do futebol paraense.
Até 2012.
GUSTAVO FERREIRA, 19, dono de um triste coração alvi-celeste. 
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