A maior das derrotas

Derrotado no gramado, mais uma vez o Remo naufraga fora de campo, e não consegue a vaga na Série D do Brasileirão 2013. Parou por aí?
2013 tinha tudo para ser o ano novo que o futebol paraense há muito não vive. O Mangueirão voltou a receber 40 mil torcedores para ver um RExPA – e foram seis na temporada –, o Paysandu recolocou a Amazônia na Série B do Campeonato Brasileiro. 2013 tinha tudo para ser o ano da revigorada do nosso esporte, de lavar a nossa história, que há muito está encardida. E poderia ser tudo isso…
Desde que foi derrotado pelo Paragominas, na final do segundo turno do Parazão deste ano, o Clube do Remo vive, sem dúvidas, o momento mais vexatório de sua história centenária e vitoriosa. O que nós, torcedores e secadores, estamos acompanhando é um time que pisa no coração de sua fiel torcida, alimenta as gozações dos rivais bicolores e suja de lama seu pavilhão, defendido por milhões. Milhões como seu João, o Daniel, a Juliana, o pai que leva o filho ao Baenão, a mulher que tatua o escudo nos braços, o seu Juracy, que não larga o radinho e a esperança de ainda ver seu time em uma situação mais digna.
É feio. É desrespeitoso. Digo mais: é criminoso. Que esporte é esse, onde uma vaga conquistada no campo é barganhada em salas refrigeradas? Que esporte é esse, onde o absurdo é tratado com tanta banalidade? Que esporte é esse, onde se admite errar assim por mais de uma vez? Em 2012 foi assim. O Cametá, campeão paraense, desistiu do seu lugar na Série D, e o Remo abocanhou. No gramado, eliminação. Nas arquibancadas, frustração.
Vejam bem, estamos falando da QUARTA DIVISÃO do futebol nacional. O Clube do Remo, mais de 40 vezes campeão paraense, semifinalista de Copa do Brasil, o time paraense que foi mais longe no Brasileirão, o “Time dos 33”, dono de uma torcida já citada e vangloriada, desce ao ponto mais rasteiro de sua trajetória… Para continuar no chão.
A decisão da FFER é apenas mais um requinte de crueldade, talvez de sadismo, dos excelentíssimos representantes legais da entidade Clube do Remo. 21 anos de vida, e eu nunca vi tanto gosto em se golpear, se vitimar, dar rasteiras em si mesmo. Tudo isso pelo quê? Por uma vaga na Série D? Será que a Série D é maior do que qualquer resto de dignidade que ainda possa ser salvo? O que vale mais: salvar uma temporada ou o respeito que, no gramado, se dissolve, mas ainda existe?
Que fique claro: o problema não é, nem de longe, o nível do campeonato. E sim com a sujeira que o ventilador espalha sobre uma paixão de todo um Estado. Não é o Remo que passa vergonha, é o futebol paraense que sai arranhado. Nos últimos anos, a tradição é o que resta para que sintamos orgulho, e há quem não respeite nem isso.
Talvez hoje as coisas mudem, e o Remo consiga o tão caçado acesso à quarta divisão. Na verdade, isso não importa mais. Termine como terminar, essa já é a maior derrota da história do Remo. Pior do que o pior rebaixamento, do que a pior eliminação.
GUSTAVO FERREIRA, 21, torcedor do Paysandu e apaixonado por futebol.
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Vlogue Osga 2013

O mês de junho chegou premiando os melhores filmes produzidos por universitários de Belém. Nesse sábado (1), foi realizada a décima edição do Osga 2013. O festival é produzido pela Unama, e tem como objetivo valorizar a nova geração do cinema paraense. O Repórter E esteve no Cine Olympia, palco da festa, e conta tudo para vocês. Confiram o Vlogue Osga 2013:

Os vencedores do Osga 2013:

Categorias novas: 

Melhor Vídeo-Arte – Spaghetti Eisenstein
Melhor Vídeo-Minuto – Curtinha dos Pés (Veja o curta vencedor)

Categoria “Ficção”

Melhor Divulgação – Sobre Coelhos e Ingressos
Melhor Cartaz – Sílvia
Melhor Figurino – Tejada
Melhor Fotografia – Tejada
Melhor Produção – Sobre Coelhos e Ingressos
Melhor Desenho de Som – Epitáfio
Melhor Ator – Felipe Dahas, Cold Times (Confira o curta que deu o Osga de Melhor Ator para Felipe Dahas)
Melhor Atriz – Laís Cardoso, Tereza e a Crítica
Melhor Mico – Cold Times
Melhor Efeito Especial – Cold Times
Melhor Roteiro – Espátula e Bisturi
Melhor Edição – Espátula e Bisturi
Melhor Direção – Adrianna Oliveira, Espátula e Bisturi
Melhor Filme – Espátula e Bisturi (Clique e assista o Melhor Filme do Osga 2013)

O Osga 2013 em imagens:

(Fotos: Gustavo Ferreira e Thaís Siqueira)

O Top 10 do Osga 2013

Tem coletivo de volta, novatos, campeões… Saiba mais sobre os finalistas na categoria “Melhor Filme”. Premiação acontece hoje

Gustavo Ferreira, com informações das equipes finalistas

Pessoas indecisas, que despertam, que comemoram aniversários, e que até se aventuram em uma máquina do tempo. O que essas figuras têm em comum? Esses são alguns personagens dos 10 curta-metragens que concorrem ao prêmio de Melhor Filme logo mais, no Osga 2013, que acontece no lendário Cine Olympia.
Os curtas, produzidos por estudantes de Jornalismo, Publicidade, Cinema e Artes Visuais de várias universidades e faculdades de Belém, contam histórias cotidianas, com cara de superproduções. Todas elas seguindo um eixo principal, o tema do Osga 2013: “Sociedade: é tempo de quê?”.
Além de Melhor Filme, as produções ainda concorrem em outras 12 categorias: Divulgação, Desenho de Som, Produção, Figurino, Fotografia, Cartaz, Efeito Especial, Roteiro, Edição, Ator, Atriz e Direção.
Parabéns pra você! Carlinhos é um menino que não consegue se encaixar no mundo em que vive, e acaba vivendo uma rotina angustiante. Vamos conhecer a vida de Carlinhos, contada em suas 21 festas de aniversário, sempre iguais, no curta Espátula e Bisturi. A produção é da equipe Alma de Flores, formada por alunos da Unama e do CESUPA.
Equipe de Espátula e Bisturi: experiência e trofeus na estante.
(Foto: Divulgação/Alma de Flores)
A equipe de Espátula e Bisturiconhece bem o clima do Osga. Todos os sete integrantes já participaram do festival, sendo quatro deles do impecável Tecnicolor, vencedor de quatro prêmios na edição do ano passado, incluindo Melhor Filme. A diretora de Espátula, Adrianna Oliveira, é uma das vencedoras com o curta em 2012, e diz que não existe a responsabilidade de um bicampeonato: “Entre nós existe apenas a vontade de superar as nossas produções passadas. Se isso acontecer, já estamos felizes”.
Adrianna também destaca o fato de ver uma produção de estudantes em pleno Cine Olympia: “Sermos estudantes, declaradamente amadores, e ter um cinema de verdade exibindo nossas produções, com certeza já é um dos maiores prêmios. Pessoas ocupadas vão sair de suas casas nesse dia, especialmente para ver o que nós andamos fazendo. Isso é uma realidade muito bem quista por nós e, talvez, o que mais queríamos desde o início”.

Despertando A história de Cecília, uma mulher independente, que vive do trabalho e acaba esquecendo de ser humana, é o grande mote de Despertar, produção da Paesaggio Films. Metaforicamente, o curta também é um despertar dos alunos, cursando apenas o 1º semestre de Publicidade e Propaganda na Unama, para a vida acadêmica.

Cartaz do curta Despertar, criados por calouros da Unama.
(Foto: Divulgação/Paesaggio Films)
O diretor Renato Mangini diz que foi um desafio produzir Despertar, principalmente pela falta de experiência e pela bagagem dos concorrentes: A princípio não acreditávamos que passaríamos para as finais, chegamos ao ponto de ter como único objetivo conseguir terminar de gravar, editar e entregar o filme”.
Agora, finalistas do Osga, os jovens sabem que, mesmo se não levarem prêmios, já saem vencedores: “O resultado superou as expectativas e estamos ai, para, quem sabe, levar alguma coisa a mais nesse festival, além da experiência, do amadurecimento e da amizade da equipe,  construída ao longo da produção”, diz Renato.
E agora? A vida de Eduardo é perfeita. Publicitário jovem e já bem sucedido, ele não tem do que reclamar… E esse é o problema. Em Epitáfio, vamos descobrir o que Eduardo vai fazer para mudar essa realidade. A equipe do Coletivo Ver-o-Take promete uma história divertida e emocionante.
Ver-o-Take em ação: Epitáfio é a aposta da vez.
(Foto: Divulgação/Ver-o-Take)
Esta é a segunda vez que o grupo, formado por estudantes da UFPA, participa do Osga. Em 2012, o curta Paralelo levou quatro Osgas (Figurino, Fotografia, Edição e Atriz, com Anne Beatriz Costa). Gustavo Aguiar, diretor de Epitáfio, conta que a produção do curta exigiu dedicação e abdicação: “Para produzir esse filme, tivemos que deixar nossa família em muitos fins de semana, deixar nossos amigos, abdicar de nosso lazer, para podermos ver esse trabalho realizado. Foi suado”.
O Ver-o-Take está de volta ao Osga, um festival que já está no coração dos integrantes da equipe, e ganha mais importância a cada edição: “Nós estamos vendo que o Osga está crescendo exponencialmente, ganhando respeito, fazendo que a qualidade dos vídeos inscritos sempre aumente, e ganhando visibilidade em Belém. Nós, um dos poucos coletivos de audiovisual alternativo de Belém não poderíamos ficar fora dessa”.
Conheça os outros finalistas do Osga 2013:
Cold Times
Produção de alunos do CESUPA. A equipe é a mesma que produziu Telemarketing, um dos finalistas do Osga 2012, vencedor do prêmio Melhor Mico. O filme conta a história de um garoto que, após sofrer uma terrível tragédia, decide criar uma máquina para voltar no tempo e tentar impedir que a tragédia ocorra.

Cartaz oficial de Cold Times.
(Foto: Divulgação)

Malu, desde criança, sempre foi uma garota indecisa, e hoje, aos 22 anos, nada mudou. Há dois anos ela se apaixonou por Edu, o oposto mais feliz de sua vida. Para Edu, a moça é a sua melhor escolha, mas, para variar, Malu parece não ter tanta certeza disso. Depois do fim do namoro, Malu corre atrás do tempo que perdeu e tenta corrigir seus erros. O curta é uma realização de alunas da Unama.

Sapatos Sujos
Sapatos Sujos é uma história de suspense que gira em torno de um casal comum e tipicamente feliz. Rebeca e Eduardo trabalham na mesma emissora. O casal está cansado das mesmas notícias de enchentes, pistas molhadas e assaltos em Belém, até que, em um certo dia de trabalho, tudo isso muda.

Sílvia
Como agir quando a vida não é tão boa pra você? Fugir? Fingir? O curta-metragem “Sílvia” trata dessas questões da vida. Baseado na canção de Plínio Oliveira “Sim pro Amor”, o filme conta a história de Sílvia, uma jovem com um passado sofrido e uma realidade que não se diferencia de tantos outros jovens espalhados pelos grandes centros urbanos.
Paulo é um homem comum que anda sendo atormentando por um sonho sem sentido. Depois disso ele começa a passar por um conflito socio-psicológico para entender as necessidades e futilidades da sociedade atual. Curta produzido por alunos do CESUPA.

Logo de Sobre Coelhos e Ingressos (Foto: Divulgação)
O curta, criação de alunos da UFPA, conta a história de uma jovem blogueira que, inconformada com a situação imposta às ditas minorias sociais, decide escrever um texto em protesto. Com a repercussão do texto, ela é convidada e explicar-se publicamente e aí que todos descobrem o que ela realmente quis falar.
Uma meretriz da Belém dos anos 40. O nome dela? Izabel Tejada. A Suicidal Rapeize, equipe formada por alunos do 7º semestre de Publicidade e Propaganda da Unama estão de volta ao Osga. Eles foram os grandes vencedores da edição 2011 do prêmio, com o curta “Vindicta”, uma releitura moderna da lenda do Boto. Dessa vez, eles vão contar uma história baseada em fatos reais.
Tejada: cartaz oficial. (Foto: Divulgação)
Tapete vermelho O Osga 2013 acontece hoje, a partir das 19h, no Cine Olympia. Mais informações no site do Festival: www.osga.com.br. E o Repórter E vai estar lá, acompanhando tudo, e vai contar pra você em um Vlogue inédito, no ar a partir de amanhã.