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Rafael (de pé) viu, de joelhos, o Paysandu de tornar Campeão dos Campeões. (Foto: Acervo Pessoal) |
Cara, é uma grande honra ser convidado para escrever no Reporter E. Ainda mais para abrir a série de postagens em comemoração ao centenário do Paysandu. Sendo assim, resolvi escrever sobre um dos dias que considero dos mais importantes na história do clube: o dia em que levantamos a Copa dos Campeões, torneio que reuniu os clubes campeões e os mais bem colocados nos principais campeonatos regionais e nacionais.
Minha memória não funciona muito bem com nomes e datas, então vou logo dizendo que o nosso amigo, Google, me ajudou a lembrar dessas coisas. Mas o orgulho, a emoção, isso a gente não esquece!
Fortaleza, 04 de agosto de 2002, o estádio do Castelão é o palco da grande final da última edição da Copa dos Campeões. Em campo, o melhor e maior do Norte, o Paysandu de Givanildo Oliveira que contava com Marcão, Marcos, Gino, Sérgio, Luís Fernando, Sandro, Rogerinho, Jóbson, Wélber, Jajá, Vânderson, Vandick, Albertinho. No outro lado, o Cruzeiro (aquele lá de Minas) que tinha lá seu técnico e jogadores que, como foram apenas coadjuvantes, não convém falar.
Em Belém, todos os amigos bicolores reunidos na casa do vizinho com a maior televisão, claro. Mesmo depois de perder em casa por 2 a 1, a confiança e a esperança eram grandes demais, estávamos todos ali, concentrados na frente da TV, vibrando a cada gol do Papão da Curuzú e esbravejando quando era o Cruzeiro quem fazia gol. Apita o árbitro. Encerra-se o tempo normal. O bicolor paraense vence a partida por 4 a 3 o que, somado ao resultado da partida de ida, lava a decisão para os pênaltis.
Um misto de preocupação, aflição e fé toma conta de todos durante os minutos que antecedem as cobranças das penalidades. Lembro-me que estava de joelhos na sala esperando a primeira cobrança até que Ricardinho manda a bola no travessão e a casa em que estávamos ferve de alegria! Todos pulam, se abraçam, comemoram juntos.
Jóbson vai pra cobrança. Me ajoelho novamente, mas dessa vez não estou só, vários de meus amigos ajoelham-se ao meu lado. “Partiu Jóbson, bateu, gol do Paysandu”. A empolgação do narrador, quase que inexistente, não reflete nossa euforia. Estamos todos pulando e comemorando juntos novamente.
A partir daí, tudo se repete. Nos ajoelhamos, um jogador do Cruzeiro perde o pênalti novamente, comemoramos e nos ajoelhamos outra vez. Agora é a vez de Welber marcar para o Papão e provocar nossos gritos de alegria. Outra vez nos ajoelhamos, um jogador do cruzeiro desperdiça outra chance e nós, do lado de cá, gritamos feito loucos. Agora é Luiz Fernando quem ajeita a bola e se prepara pra cobrança.
Se fizer, sagra o Paysandu campeão da Copa dos Campeões.
E não é que ele faz? Dessa vez não consegui pular ou gritar. Lembro de começar a chorar de tão grande que era o orgulho. O choro durou alguns minutos, mas o orgulho, esse não acaba nunca. Não lembro do futebol ter me proporcionado tamanha alegria, nem mesmo nas Copas do Mundo conquistadas pela nossa seleção, a não ser com a vitória do Papão da Curuzú sobre o Boca Juniors em plena Bombonera na Argentina, pela Libertadores de 2003, cuja vaga conquistamos naquele pênalti do Luiz Fernando, em Fortaleza.
Ultimamente não estamos muito bem das pernas, eu sei, mas é começo de ano, as esperanças se renovam e, além disso, é ano do centenário do maior do Norte. Ocasião que, por si só, já é grande motivadora pros jogadores, presidente, técnicos e pra todos nós que trazemos no peito enorme “payxão” por este clube.
Rafael Sarmanho, 27, estudante de Publicidade e Propaganda.
Chorei de tanta emoção aqui.
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