Cada vez mais artistas buscam o financiamento coletivo on line para dar vida a seus projetos
Gustavo Ferreira
Uma andorinha só não faz verão, certo? Então, para que as coisas funcionem, é preciso que uma galera se junte para fazer acontecer, em especial em projetos que precisam de capital. Normalmente se buscam patrocínios, editais, permutas, mas um outro caminho se torna cada vez mais possível, fácil e seguro: o crowdfunding.
Em 2013, o KickStarter, maior site do segmento no planeta, arrecadou a modesta quantia de 480 MILHÕES DE DÓLARES em doações para os projetos inscritos, um crescimento de 50% em relação a 2012. Mais de 3 MILHÕES DE PESSOAS colaboraram em um ou mais projetos. Aqui no Brasil, o Catarse registrou em uma pesquisa a arrecadação de mais de 7 MILHÕES DE REAIS no ano passado. São apenas alguns números que evidenciam o quanto o financiamento coletivo está ganhando terreno lá fora e aqui dentro.
Na região Norte do país, o único serviço de crowdfunding é o eupatrocino, site que surgiu em 2011 aqui em Belém. Basta entrar e submeter seu projeto, burocracia quase zero, como afirma a consultora de projetos da marca, Adriana Camarão. Ela também destaca o diferencial da empresa: “Todos os projetos cadastrados na plataforma recebem orientações on line e o eupatrocinopossui como grande diferencial o acompanhamento dos proponentes que moram no Pará de forma presencial. Nós retiramos todas as dúvidas, avaliando a melhor forma de planejar o projeto, criando estratégias de marketing e comunicação, apoiando através de divulgação, dentre outros serviços”, diz Adriana.
![]() |
Equipe do site eupatrocino (Adriana à direita), único que oferece o serviço de crowdfunding no Norte do país. (Foto: Divulgação) |
A consultora ainda aponta os artistas como os que mais buscam o crowdfunding: “Grande parte dos empreendedores vêm do segmento artístico, ou seja, músicos e escritores, profissionais que estão buscando cada vez mais no financiamento coletivo uma oportunidade de tirar seus projetos da gaveta”.
ESPOLETAFUNDING É nesse grupo que se encaixa o Espoleta Blues, banda formada por quatro crianças e seus respectivos pais, que estão em busca de capital para o lançamento do primeiro CD. O músico Elder Effe é pai de Sofia, vocalista do Espoleta, conta que chegou ao financiamento coletivo vendo que deu certo com outros artistas: “Achamos que é uma forma muito justa de negócio que favorece o fã e o artista. Não é a toa que vários projetos estão sendo concluídos dessa forma, a sacada é genial!”.
Para Elder, esse modelo de captação de recursos tem como maior vantagem a relação mais direta com o público: “Você está falando diretamente com as pessoas que curtem mesmo o seu trabalho e isso é, no mínimo, inspirador. Dessa forma você consegue valorizar o que está oferecendo, ter um feedback de público e fazer tudo de uma forma bem natural, de amigo pra amigo”.
![]() |
Espoleta Blues (Elder de amarelo à esquerda), banda que recorreu ao financiamento coletivo. (Foto: Moyses Cavalcante) |
CULTURA DIGITAL Adriana Camarão acredita que o crowdfunding é uma grande iniciativa que pode se firmar no Brasil a longo prazo, contribuindo para a formação de uma cultura digital, além de ser uma ferramenta de integração: “(O crowdfunding) possui o papel de romper fronteiras entre produtores e consumidores de qualquer lugar do país e ainda tornar o indivíduo inserido na cibercultura, permitindo o surgimento de novas propostas e incentivos para a comunidade em termos de colaboração”.
Para os artistas, o financiamento coletivo já é uma postura em crescimento nos últimos anos. “Espero realmente que caminhos auto sustentáveis estejam sempre nos norteando ,sempre em prol do coletivo e do compartilhamento da arte por todos”, finaliza Elder.
Um comentário em “Crowdfunding, a união virtual que faz a força”