Fernando e a fé

Cineasta paraense Fernando Segtowick concorre a prêmio em Pernambuco com seu curta-metragem sobre o Círio de Nazaré, e fala sobre o audiovisual, sua grande devoção

Gustavo Ferreira e Thaís Siqueira

Fernando Segtowick pronto para levar o curta No movimento da fé para festival em Pernambuco.
(Foto: Gustavo Ferreira)
Pernambuco vai ver o Círio de Nazaré passar nesse fim de semana. E quem vai levar a grande festa paraense ao solo nordestino será o cineasta Fernando Segtowick. Na 18ª edição do Cine PE – Festival de Audiovisual, que começa hoje (26) e vai até 2 de maio em Olinda (PE), o documentário No movimento da fé(2013) estará concorrendo na Mostra Competitiva, com produções de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e de Pernambuco.

O curta foi feito no Círio de 2012 sob a perspectiva de três pessoas – um voluntário da Cruz Vermelha, um Guarda de Nossa Senhora e um sargento do Exército – durante aquele segundo domingo de outubro. Fernando se orgulha de ter conseguido mostrar o Círio de outra maneira: “Eu queria fazer um filme sobre o Círio há muito tempo, e eu nunca tinha feito nada, e o No movimento da fé entrou do jeito que eu queria, com um outro olhar, fora do tradicional”.
No movimento da fé registra o Círio de 2012 sob três olhares
durante a procissão. (Imagem: Divulgação)
O festival Cine PE é famoso por reunir grande público, chegando a reunir 3 mil pessoas por noite, de acordo com a organização. Ou seja, mais um festival que serve de janela para o audiovisual brasileiro ser visto. Fernando, claro, não duvida desse potencial de alcance para suas produções e de parceiros: “Todo mundo que eu conheço aqui e produz eu converso: mandem pros festivais, sejam quais forem, porque o importante é dar visibilidade para a produção, para que as pessoas vejam o que estamos fazendo aqui, mesmo com todas as dificuldades.”
Dificuldades que atingem até mesmo um profissional com 15 anos de carreira, responsável por curtas-metragens de boa repercussão nacional e internacional. Desde o primeiro, Dias (2000), Fernando não parou. Vieram Dezembro (2004), Imagens cruzadas (2005) e Matinta(2010), seu trabalho mais conhecido, vencedor de dois prêmios no Festival de Cinema de Brasília naquele ano: Melhor Som e Melhor Atriz para Dira Paes.
“Eu acho que, além de políticas públicas, falta uma cara para a nossa produção. Em Pernambuco, por exemplo, existe uma experimentação muito forte. Em Santa Catarina também. Aqui não existe isso, está todo mundo espalhado, produzindo de maneira independente. Tem eu, a Jorane (Castro), o Roger (Elarrat), a Priscilla (Brasil) na música, mas ainda não há um mercado”, diz o cineasta, que reforça: “Fazer cinema é difícil em todo lugar. Estudei em Nova York e é difícil, em Los Angeles é complicado, em todo lugar”.
Mesmo com tantos obstáculos a serem superados, quem disse que ele quer parar? Fernando, um viciado confesso em audiovisual, destaca que estamos em um momento de profundas mudanças e novidades tecnológicas, e a curiosidade para desbravar esse admirável mundo sempre novo é cada vez maior: “Com tantas novidades, nós ficamos doidinhos para saber e entender como essas coisas funcionam”.
Já trabalhando em uma nova produção, Fernando não pensa em parar.
(Foto: Gustavo Ferreira)
No movimento da fé traz referências ao estilo “câmera na mão” do diretor britânico Paul Greengrass, responsável pelo sucesso Capitão Phillips (2013), protagonizado por Tom Hanks e indicado ao Melhor Filme no Oscar 2014. Inclusive, uma das dicas de Fernando para quem quer seguir essa carreira é “buscar referências. A nova geração precisa assistir filmes, precisa conhecer o trabalho de outros diretores e reconhecer o estilo de cada um. ‘Olha, o (Pedro) Almodóvar é desse jeito, o (Quentin) Tarantino é desse, o Fernando Meirelles, o Walter Salles…’ E hoje é tudo tão mais acessível, você pode ver aquele filme tailandês pela internet, é só baixar”.
Desse jeito, Fernando acabou se tornando uma referência em cinema e audiovisual no Pará. Resultado de uma verdadeira devoção: “O cinema é minha igreja, meu estádio de futebol”.

Confira o trailer de No movimento da fé:

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Bio Especial – Jalília Messias

Hoje, 7 de abril, é Dia do Jornalista. Para marcar essa data, o Repórter E convidou uma das profissionais mais respeitadas da área no Estado. Ela também é publicitária formada, já foi professora de Inglês, começou no rádio e acelerou – literalmente – rumo à televisão, onde hoje se destaca como repórter especial da TV Liberal – Afiliada Rede Globo. Com vocês, uma Bio muito especial de Jalília Messias


NOME COMPLETO
Jalília Raquel de Barros Messias
ONDE NASCEU E ONDE VIVE
Nasci e moro em Belém desde que nasci, em 1973.
TRAJETÓRIA
Sempre gostei de ler e escrever, por isso decidi fazer Comunicação Social. Estudei na Universidade Federal do Pará. Primeiro fiz Publicidade e Propaganda. Depois Jornalismo. Nunca pensei ser repórter de TV. Tudo aconteceu naturalmente e muito rápido. No fim dos anos 90, a rádio Liberal lançou um projeto que ficou conhecido como “Repórter Expresso”. Decidi fazer o teste. Ao fim de tudo, nos foi dito que os repórteres selecionados sairiam em busca de notícias pela cidade pilotando motos. Eu só sabia andar de bicicleta. Mas topei o desafio, sob protestos da minha família. Foi um ano de muitas emoções e de um aprendizado incrível.
A televisão surgiu em minha vida depois que uma colega, Fabiana Cabral, me convidou pra fazer um teste na TV Cultura. Fiz e consegui a vaga. Fiquei uns oito meses, aprendi muito, e me apaixonei pela reportagem. Também passei pela TV Record. Em 2002, fui chamada para trabalhar na TV Liberal e estou na emissora até hoje. Sou repórter especial. Faço matérias para os jornais locais e para os telejornais de rede também.

O QUE GOSTARIA DE TER FEITO?
Gostaria de já ter feito um mestrado. Mas nunca é tarde para estudar.

O QUE AINDA QUER FAZER?

Ainda pretendo compartilhar os meus conhecimentos com os jovens. Já fui professora de Inglês, gosto de sala de aula, e não descarto a possibilidade de voltar a ser professora. Desta vez, do curso de Jornalismo. 

Rádio E #5 – IPEA, Copa e Lollapalooza 2014

Depois de alguns meses, a Rádio E está de volta em alto e bom som. Na edição de hoje os destaques são: o erro do IPEA ao divulgar o resultado incorreto de uma pesquisa que movimentou o país na semana passada; o voto de confiança que o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, deu ao Brasil à 67 dias da Copa do Mundo; e o festival Lollapalooza 2014, que reúne grandes nomes do pop internacional em São Paulo neste fim de semana.

Ouça a 5ª edição da Rádio E: