Vitória por 3×1 na estreia, com direito a gol contra de Marcelo, marca o dia que o Brasil esperou por 64 anos
Gustavo Ferreira
Alguns desavisados podem até achar que foi um jogo fácil, tendo em vista que, nas últimas quatro Copas, a Seleção estreou vencendo por apenas um gol de diferença. Mas, na verdade, o 3×1 sobre a Croácia foi bem mais agitado que o esperado para quem esperava uma grande festa na Arena Corinthians, em São Paulo.
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A emoção do Hino Nacional abriu o caminho da primeira vitória na Copa. (Foto: Marcos Ribolli) |
A festa que o Brasil esperou desde 1950, quando sediou o Mundial pela primeira vez. A festa que o mundo aguardou por quatro anos, desde a final na África do Sul. Mas, cá pra nós, pra uma celebração tão esperada, a cerimônia de abertura da Copa deste ano foi um tanto decepcionante. Não teve show de luzes (o espetáculo começou às 15h50), nem fogos e nem muita emoção.
Se a gente queria emoção, bastou esperar oito minutos. Num cruzamento forte da esquerda do ataque croata, a bola passou por todos na área, menos por Marcelo. Gol brasileiro, só que contra. A Croácia abria o placar, e começava a se animar no jogo.
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Brazuca morre no fundo da rede de Julio Cesar. Marcelo marca contra e abre o placar para eles. (Foto: AFP) |
Em nenhum momento os 62 mil torcedores presentes no estádio em Itaquera abandonaram a Seleção, que arriscava e se desenvolvia no campo com passes curtos de um lado pro outro. Só que o gol saiu do meio, dos pés do predestinado, quiçá futuro craque do Mundial. Ironicamente, o empate saiu de um chute errado, no cantinho do goleiro Pletikoza. Agora, que jogada do Oscar! Passou na raça por meia Croácia, tocou a bola, e o resto ficou com o camisa 10. O chute foi ruim, mas isso é detalhe. Se melhorar, estraga.
No segundo tempo, pra um time que jogava em casa, precisando virar a partida, o Brasil não veio com tanto gás. Ainda por cima, a Croácia de Niko Kovac acertou a marcação e deu sufoco ao time de Felipão. Mas o lance da virada brasileira não foi técnico. Foi malandragem pura de Fred, em seu único lance de destaque na partida. Forçou a queda na área adversária, o juiz japonês Yuichi Ishimura se convenceu e marcou pênalti. Em outro chute não tão bom assim, Neymar emplacou logo seu segundo gol na Copa. Artilheiro.
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Neymar, o artilheiro. (Foto: Reuters) |
E quando a Croácia se engraçava, aproveitando os lapsos da nossa zaga – mesmo com David Luiz, Paulinho, Luiz Gustavo e Daniel Alves em bom dia –, o jogo ia se encaminhando para o fim. Nada assegurado. Os croatas podiam muito bem empatar, e tiveram chances. Mas o dia 12 de junho não podia terminar sem um gol para quem acariciou os corações de quem ama a Seleção, nesse Dia dos Namorados. Oscar, aos 46 do segundo tempo, chutou de bico, no canto, e fez.
Copa no Brasil, jogo do Brasil, placar verde e amarelo. Quatro gols dos nossos rapazes. Um deles é bom esquecer, o primeiro gol contra da nossa história em Copas. Já os outros três, esses já estão gravados na memória de quem teve a chance de ver e viver o Mundial em Casa. E a festa está só começando.
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O menino Oscar, um gigante em campo. (Foto: Marcos Ribolli) |
Neymar fez dois e buscou jogo, é a grande esperança pelo hexa, foi eleito o melhor jogador da partida. Oscar correu demais, jogou com raça, se garantiu na disputa com William, e ainda fez um golaço no canto, selando o 3×1 no final. Escolham vocês quem foi o grande destaque da abertura.
O Brasil agora foca no México, próximo adversário, às 16h da terça-feira que vem, na Arena Castelão, em Fortaleza. A Croácia pega Camarões na rodada seguinte, quarta-feira na Arena da Amazônia, em Manaus. O jogo será às 19h.