RESENHA: Goleiro mexicano brilha, torcida vaia e Brasil empata sem gols


Quis o destino que, em uma Copa de artilheiros, justo os donos da casa não mexessem no placar

Gustavo Ferreira
Fortaleza, 2013. Brasil e México se enfrentam pela Copa das Confederações. Arrasadora, nossa Seleção fez 2×0 e garantiu a vaga para as semifinais. Fortaleza, 2014. Brasil e México se enfrentam pela Copa do Mundo da FIFA. Em comum, apenas o canto da torcida e o coro no Hino Nacional. Quanta diferença! No jogo de hoje, um 0x0 indigno de um Mundial com média de 2.9 gols por partida. E olha que não faltaram chances!
Ochoa salva cabeçada de Neymar. Goleiro mexicano foi o destaque do 0x0 em Fortaleza. (Foto: Getty Images)

E se não houve gol hoje, na Arena Castelão, muito se deve à falta de efetividade das duas seleções. Os mexicanos, com Chicharito Hernandez no banco, assustaram poucas vezes, mas investiram na retranca e nos contra-ataques. Os brasileiros, mesmo sem volume de jogo e objetividade na armação de jogadas – até agora estou procurando o meio de campo do Brasil –, conseguiram chegar mais perto do gol.
Mas, no meio do caminho, havia um goleiro inspirado. Ochoa salvou, pelo menos, três bolas que tinham rumo certo. No primeiro tempo, o arqueiro mexicano parou uma cabeçada venenosa de Neymar e uma investida de Paulinho. No segundo, de novo parou Neymar e, quase no fim do jogo, tirou do capitão Thiago Silva a chance da torcida gritar gol. Ao invés disso, vaias.
Pela primeira vez, os torcedores brasileiros reprovaram o esquema de Felipão. Hulk não jogou, e Ramires não conseguiu substituir à altura o atacante. Daniel Alves e Marcelo foram os melhores em campo, enquanto Fred não teve a bola no pé. Neymar não conseguiu espaço para jogar, e Oscar, invertido no primeiro tempo, não rendeu como na estreia, contra a Croácia.
Felipão não conseguiu encaixar as substituições e, pela primeira vez em Copas,
não vence comandando o Brasil. (Foto: Agência EFE)
As substituições de Scolari também foram questionadas. Talvez Bernard tenha entrado cedo demais, no lugar de Ramires. Talvez sacrificar o esforçado Oscar ao invés de tirar Paulinho, muito ruim, tenha sido um erro. No fim das contas, o time todo não rendeu. Julio Cesar, quando exigido, foi bem. Uma única defesa, no fim, perigosa, mas salvadora.
No fim das contas, um 0x0 difícil de engolir. Amanhã, às 19h, Croácia e Camarões jogam na Arena da Amazônia. Um empate é o resultado ideal para o Brasil, que dependeria do empate contra os africanos na segunda-feira, em Brasília. O México saiu no lucro, mesmo jogando mal. Na verdade, o único a sair feliz da Arena Castelão, nesta noite, foi Ochoa.
Óbvio. Em um jogo tecnicamente sofrível, com dois times sem muita objetividade, o destaque foi a muralha mexicana chamada Ochoa. O goleiro impediu quatro possíveis gols do Brasil, mostrando se sair bem sob pressão. O resultado foi melhor para o México do que para nós, graças a ele.

Na segunda-feira, 17h, o Brasil decide a vida na sequência da Copa. Brasil x Camarões, no Estádio Nacional de Brasília. Já o México também pode se classificar se vencer a Croácia, no mesmo dia e horário, na Arena Pernambuco, em Recife. 
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