Economista, professor universitário, secretário de Estado e Governador do Pará por dois mandatos, hoje se reelegeu mais uma vez para ocupar o cargo máximo do Executivo paraense. A Bio de hoje é especial com o Governador reeleito do Pará em segundo turno, pela Coligação Juntos com o Povo (PSDB / PSD / PSB / PP / SD / PRB / PSC / PTB / PPS / PEN / PMN / PTC / PSDC / PT do B / PRP), Simão Jatene.
Entrevista concedida em 22/08/14.
NOME COMPLETO
Simão Robison Oliveira Jatene
DATA DE NASCIMENTO
2 de abril de 1949
ONDE NASCEU
Belém/PA
O QUE JÁ FEZ
Eu tenho 45 anos de serviço público, e de muito trabalho nesse tempo. Sou economista formado pela Universidade Federal do Pará, fiz mestrado pela Universidade Estadual de Campinas, e antes de entrar para a política exercitei também o meu lado músico, como compositor e diretor musical, tarefas que eu conciliava com o serviço público estadual e como professor. Na política, participei da fundação do PSDB em 1988 e fui Secretário de Estado de Planejamento entre os anos de 1983 e 1985, e novamente entre 1995 e 1998. Todo esse trabalho me levou ao governo do Pará, em 2002, e novamente fui eleito pela população do Pará em 2010.
O QUE FAZ
Desde 2011, ao ser empossado para o segundo mandato, estou no cargo de governador do nosso Estado, em um mandato no qual meu nome foi escolhido pela vontade do povo, e pela crença e a certeza de que temos projetos voltados para o bem comum, para a construção coletiva de uma sociedade melhor, que caminhe para o declínio cada vez maior da pobreza e da desigualdade social.
O QUE GOSTARIA DE TER FEITO
Essa é a pergunta que eu brinco que é de vestibular! Mas não há uma coisa específica, não dá para sintetizar em um projeto, uma ação. O fato, a razão que me levou, desde minha primeira inserção na política, lá atrás, e já tive oportunidade de pontuar isso em outro momento, foi o incômodo e, eu diria, a minha genética incompatibilidade com a pobreza e com a desigualdade. Lutar contra isso me move a correr atrás de uma sociedade melhor. E essa é uma luta que me acompanha desde muito jovem e certamente vai me acompanhar até o final dos meus dias. Lembro que a primeira música que compus, na década de 60, se chamava “Sul e Norte, uma só semente na qual se fez um corte”, e tinha um pouco esse significado de eu não me conformar da forma como o país olhava a Amazônia e a nossa região. É pena que mais de 50 anos depois essa luta ainda é uma luta atual.
O QUE AINDA QUER FAZER
Quero fazer exatamente isso, continuar essa luta. O que me mantém nessa atividade é esse sonho. Para mim a política não foi uma escolha profissional, mas de vocação para tentar mudar, de ter tentado pela música, pelo magistério, que é uma ferramenta de transformação do mundo. Pode parecer meio arrogante essa coisa de querer mudar o mundo, mas tenho absoluta necessidade de querer contribuir para transformar a sociedade no sentido de uma construção, e esse pensamento continuará comigo quando eu deixar de ser governador. Até quando eu já estiver de bengala, ainda assim hei de ter na minha alma isso muito presente.
EU MEREÇO SER REELEITO GOVERNADOR DO PARÁ PORQUE…
Olha, eu não vejo como questão de merecimento, porque toda produção é coletiva. Eu não vejo o governador como o “cara”. Penso que há três razões para a busca do poder. Uma é o poder para ter, aquela pessoa que busca uma porta para a fortuna. A outra é o poder para ser, típico dos arrogantes e vaidosos, que sentem a necessidade da reverência. E a terceira é o poder para fazer, que é a forma mais legítima de luta pelo poder, algo que me move e deveria mover a todos nós. Então não digo que mereço, mas me vejo como um paraense apaixonado por esse Estado, tenho princípios e brigo por causas, e não por coisas, e junto com a maioria do povo eu espero ser uma ferramenta, uma pessoa capaz de trabalhar no que nos une, que é o grande desafio da sociedade.
Agora, no governo, em relação ao que acho que deu certo e podemos melhorar e ampliar, eu gosto muito do projeto do Cheque Moradia. É um programa que não leva placa, mas me emociona muito, porque vai até as pessoas que mais precisam, e ampliar para as pessoas com deficiência foi uma ação que me sensibilizou mais ainda. Mas também acho importante a difusão da cultura de paz como objetivo do Pro Paz. Os nossos heróis todos são musculosos, fortes e bons de briga, e a gente não tem nenhum herói que se diga “esse é um sábio”, e essa difusão da cultura de paz é um construtor das boas relações entre as pessoas.
Na saúde, sempre faço questão de destacar os hospitais regionais. Na época em que formatamos esse projeto e passamos para a sua execução, muitos disseram que era loucura. Mas se é verdade foi uma santa loucura porque muitas vidas já foram salvas, e hoje penso como seria o Estado sem os hospitais regionais. Em especial num momento em que as notícias falam da redução de leitos da saúde pública no Brasil, e a gente percebe o Pará ampliando leitos. Eu entendo que existe uma tendência de reduzir a hospitalização e focar na prevenção, mas isso só pode acontecer quando tivermos uma atenção básica de excelência, mas enquanto isso não dá para deixar as pessoas morrerem por falta de leitos, então os hospitais regionais são um grande projeto de governo e merecem ser olhados com muito carinho.