A noite das Seletivas Se Rasgum 2015, por Daniel Frazão

O músico esteve nos shows do último sábado (5), e escreveu para o Repórter E sobre o que viu e ouviu da noite que classificou quatro bandas ao Se Rasgum 2015

Liège, uma das quatro classificadas nas Seletivas do Se Rasgum 2015. (Foto: Tereza Maciel)
Liège nas Seletivas do Se Rasgum 2015. (Foto: Tereza Maciel)

Cheguei no Insano, antigo bar Los Piratas por volta das 21h30, atrasado, e acabei perdendo a ação do projeto Citytrack e a apresentação de entrada da Meio Amargo, a one man band do apresentador da noite, Lucas Padilha. Acabei pegando, também, apenas o final da apresentação da primeira banda das seletivas, o Itinerário Boomerang, que estavam pirando em cima do palco.

A banda Chuvas e Cataventos começou, logo em seguida, com um ótimo astral, com músicas folk de pegada pop. Banda bem produzida, fazendo um som de qualidade e maduro, com uma boa interação com o público e dinâmica de troca de instrumentos entre os integrantes. A terceira banda da noite foi a veterana Dharma Burns, recheando o lugar com seus riffs de power pop. Fizeram um show bem animado e contagiante.

Seguindo a programação das seletivas veio a representante de Paragominas: Maí Momonuki. Acompanhada de uma excelente e experiente banda, a moça fez um som meio nova MPB com pitadas de jazz.

Banda Chuvas e Cataventos. (Foto: Iago Marques)
Banda Chuvas e Cataventos. (Foto: Iago Marques)

A próxima banda a se apresentar foi a Cheese. Os caras lançaram o Ep “Provolone People” no mesmo dia das Seletivas, eu ouvi e devo dizer, eles soam tão bem ao vivo quanto nas gravações. Um eletro rock ótimo de se ouvir e fácil de se deixar embalar. Apesar de ser um duo, ao vivo, a banda era formada por integrantes da Zeramou, Molho Negro e Muffin’o Blues.

Na sequência viria a banda Guitarrada-Açu que acabou não participando por problemas internos, segundo a produção. A próxima banda no palco das Seletivas, então, foi a Thunderjonez, projeto do frontman da Molho Negro, João Lemos, que gravou sozinho as músicas do álbum solo, “No Fortress”, e formou um supergrupo pra tocar ao vivo, com Integrantes das bandas Molho Negro, Blocked  Bones e Álibi de Orfeu, Fizeram uma performance destruidora de rock experimental e quase totalmente instrumental, com os integrantes conseguindo trocar de instrumentos, mesmo com o curto tempo das apresentações.

Em seguida veio um pouco de suingada super animada com o Carimbó Pirata, banda de músicos competentes que colocaram todos para dançar ao som típico da nossa terra e saíram sob gritos de “mais uma do público. Infelizmente não puderam realizar o bis, já que cada banda só poderia tocar até três músicas.

Carimbó Furtado no palco. (Foto: Loli Furtado)
Carimbó Pirata no palco. (Foto: Loli Furtado)

A próxima banda a se apresentar foi a Zeromou, que já preparavam o público pro psicodelismo que estava por vir com o Boogarins, banda convidada da noite. Tocaram apenas músicas novas com uma ótima cozinha e excelentes arranjos de teclado. Fizeram uma apresentação com um dinamismo que ia crescendo, começaram devagar e terminaram lá em cima.

Finalizando as Seletivas foi a vez da cantora Liège, dona de um lindo timbre de voz e seguindo uma linha nova MPB com um pé no indie e no pop, arrisca cantando em francês, além do português, e faz bonito. Acompanhada por uma banda de carinhas muito competentes e conhecidas na cena musical de Belém, que fizeram uma belíssima apresentação.

Aproveitei as trocas das bandas pra transitar pelo local. O espaço é bem agradável, bem ventilado e mantém ainda a figura rústica de palafita, assim como, o antigo lar das seletivas, o Gold Mar Hotel. Na praça de alimentação havia várias opções, de diversos preços, que podiam facilmente agradar todos os públicos.

Eu já estava acabando meu hambúrguer quando anunciaram que iam encerrar as votações das seletivas e iria começar o show do Boogarins. Antes da apresentação da banda goiana, aproveitaram para anunciar as primeiras atrações do 10º Festival Se Rasgum, em novembro, que foram o ovacionadas pelo público presente: Os Mulheres Negras, Céu, Móveis Coloniais de Acaju, Moraes Moreirae Davi Moraes, e a atração internacional Mac DeMarco

Pouco depois, o Boogarins entra no palco pra atender a ânsia e a carência do público em vê-los pela primeira vez na cidade das mangueiras. Abrem com uma música nova do já aguardado álbum que será lançado em outubro. Depois de uma linda jam – a primeira de várias do show – emendam com seu primeiro single, “Lucifernandis”, cantado em uníssono pelo público presente.

Seguem tocando mais músicas novas, uma delas apresentam como “6000 dias”, e  “Avalanche”, primeiro single do próximo álbum. Intercalam as músicas novas junto com as do primeiro álbum (As plantas que curam), como “Erre”, “Infinu”, “Eu vou” e “Despreocupar”. Não atendem a um pedido para tocar “Paul” mas, atendem a outro pedido: tocam “Doce”, pra delírio do público, e finalizam o show de forma espetacular.

PLAY | Veja o vídeo oficial de “Lucifernandis”, da Boogarins

No meio da apresentação, os Boogarins fizeram uma pausa para o baterista Ynaiã apresentar os nomes mais votados das Seletivas, enquanto os companheiros faziam uma jam de fundo sonoro, o baterista solta os nomes: Dharma Burns, Liège, Thunderjonez e Carimbó Pirata.

Já havia visto o Boogarins ao vivo uma vez e devo confessar: o “calor senegalês” da cidade e o tremelique da cachaça de jambu fizeram bem aos rapazes, que estiveram bem animados durante toda a apresentação.  A cozinha estava impecável com belos timbres, com um baixo bem marcante. Como baixista acho isso lindo, mas queria ouvir mais as guitarras. É a segunda vez que vejo a banda ao vivo e sinto falta de ouvir um pouco mais as pirações sonoras do guitarrista Benke, que acredito gostar da sua guitarra com um pouco menos de volume. Me despeço de vocês deixando aqui meu apelo: #BenkeAumenteOVolumeDaGuitarra.

DANIEL FRAZÃO, 23, baixista da Blind for Giant

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