Nascida em Fortaleza, logo na infância adotou Belém como sua casa de corpo e coração. Hoje ela é designer dona de estúdio, já foi professora universitária e desenvolveu um projeto que recupera a história da nossa cidade, que rendeu uma exposição que fica aberta até janeiro. A última Bio de 2015 é dela, Reg Coimbra.
Olá, eu sou Regina Coimbra, também conhecida como Reg. Nasci em 17 de junho de 1973. Sou de Fortaleza, morei em Recife, Teresina, Sobral, retornei à Fortaleza e, finalmente, vim para Belém, tudo isso durante minha infância. Sou filha e neta de piauienses: Socorro e Raimundo, meus pais, Pastora e Salvador, meus avós maternos, Rosa e Raimundo, os paternos. Infelizmente, convivi pouco com meus avós, já que fomos andarilhos por bastante tempo e por não ter sequer conhecido a mãe de meu pai. Mas minhas memórias trazem cheiro de fruta, flores no telhado e histórias sendo contadas através dos fios tramados no caprichado crochê de Dona Pastora. Esta forma de me apresentar, hoje me parece mais coerente do que simplesmente dizer minha profissão. Aprendi isso com as meninas do Brasis e vou ser eternamente grata.
Minhas origens, que ainda tenho muito a buscar, me definem melhor e – tenho cada vez mais claro – me orientam e refletem-se em minhas escolhas. Meu trabalho tem muito de minhas raízes, familiar e territorial. Sou designer de superfície e crio estampas para moda e decoração. Vim para Belém ainda criança e minhas criações são cheias de referências à nossa cultura. Há uma citação de Adélia Borges, que tenho usado bastante, que diz que “quanto mais a tal da globalização avança trazendo consigo a desterritorialização, mais (…) a gente sente necessidade de pertencer a algum lugar, àquele canto específico do mundo que nos define”. Acredito que é isso que nos torna singular. E é isso que quero pro meu trabalho.
GALERIA | Reg e seus trabalhos
Há quatro anos, eu e Bruna, minha sócia, montamos o Jambo, estúdio de design, que trabalha com a criação de estampas e de produtos como tecido, papel de parede adesivado, poster e almofadas. Fui professora da Faculdade de Comunicação da UFPA, por dois anos, e ministrei disciplinas como Moda e Comunicação, Direção de Arte e Branding. Este ano, fui contemplada em um concurso de bolsa de Criação, Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística da Fundação Cultural do Pará, com o projeto “Azulejos de Belém: revestindo sua história”.
O resultado do projeto pode ser visto até o dia 04 de janeiro de 2016, na Casa das Artes, minha primeira exposição. São 10 painéis de azulejos criados a partir de elementos presentes na nossa cultura, contando e recontando histórias através das estampas, resgatando memórias coletivas e afetivas. Também é possível ver mais sobre ele no endereço www.azulejosdebelem.weebly.com e no instagram @azulejosdebelempa, onde uso as hashtags #azulejosdebelem e #azulejosdebelempa, como uma forma de reunir e fazer uma espécie de mapeamento do patrimônio azulejar da cidade, além de buscar maior interação com outros usuários e estimular o sentimento de pertencimento e valorização do patrimônio.
GALERIA | Exposição “Azulejos de Belém: revestindo sua história”
Não sei dizer o que gostaria de ter feito, mas tenho muitos planos, inclusive para mestrado e doutorado, para voltar à sala de aula, além de continuar meu trabalho com estampas, pelo Jambo. Quero continuar aprendendo, me aprimorando e fazendo coisas pela primeira vez. Isso me move e me deixa feliz.
SERVIÇO | Exposição “Azulejos de Belém: revestindo sua história”
Casa de Vidro, na Casa das Artes (antigo IAP, ao lado da Basílica Santuário de Nazaré)
10 de dezembro a 04 de janeiro
De segunda a sexta, das 9h às 18h.
REPÓRTER E 