5 anos: Novas flores, novos caminhos

No mês de aniversário do blog, vamos relembrar um dos projetos criativos mostrados aqui, o Flores de Kahlo; grupo ampliou as ações, mas não abandonou o ideal de fazer da arte um instrumento de transformação social

Gustavo Ferreira

Flores SOFIA HAGE
Flores de Kahlo. (Foto: Sofia Hage/Jonas Amador)

Marca Topo BlogNos últimos cinco anos o Repórter E abriu espaço para mostrar o que estava sendo feito de bom na cidade. O blog só existe porque Belém não para, e as mentes criativas se multiplicaram, em todas as áreas. Festivais que valorizaram a cultura local, lançamentos de novos artistas da terra, coletivos audiovisuais, os talentos da fotografia, a safra contemporânea do nosso teatro, todo esse movimento criativo de Belém passou pelo Repórter E, de 2011 até hoje. Vimos projetos nascerem e outros crescerem, como um grupo de jovens que decidiram dedicar tempo e coração para plantar sementes de solidariedade, reflexão e participação social ativa: o Flores de Kahlo.

Na Páscoa de 2015 o Repórter E contou a história do grupo, inspirado na pintora mexicana Frida Kahlo (1907 – 1954), ícone de superação e resistência. Naquele momento, um ano atrás, o Flores estava dando os primeiros passos, que já mudavam a vida de muitas pessoas de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, com a criação de uma biblioteca na Escola Lar Espiritual Lar da Criança. Eles também estavam se preparando uma ação para a semana de Páscoa. De lá pra cá o Flores deu mais alguns passos e plantou sementes em outros caminhos.

“Desde a matéria no Repórter E, nossas ações começaram a ser mais pensadas, passando pela análise do impacto que ela geraria para a sociedade até a visita in loco. Entraram muitas pessoas novas, que trouxeram um ar ainda mais moderno para o grupo, sem esquecer nossas experiências. O grupo dos voluntários está cada dia mais unido e mais proativo, e aumentamos o uso de um instrumento lindo, para causar o impacto social que é necessário e que precisamos: a arte”, conta Raidol Saldanha, idealizador e coordenador geral do grupo.

Novos jardins

Um fruto dessa evolução foi o debate sobre feminismo e empoderamento “Liberte Sua Frida”, em fevereiro de 2016. Um sábado com roda de conversa, show da cantora Liège, bazar e novas parcerias, como a Loja Morada Da Tribu, e das dezenas de pessoas que enfrentaram a chuva para participar de um novo momento do Flores: “abrimos as portas para eventos desse porte, com esse outro público, e podemos dizer que começamos com o pé direito. Demos uma oportunidade para outras pessoas conhecerem nosso trabalho, de um jeito diferente, sempre somando as ideias e as parcerias, afinal, nada conseguimos sozinhos”, destaca Ana Clara Lima, integrante da Comunicação do grupo.

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Liberte Sua Frida. (Foto: Débora Flor)

Provocar, instigar, fazer o outro pensar sobre a sua realidade e sobre o que há ao redor. Os jovens do Flores continuaram neste caminho e, em abril deste ano, iniciaram outro projeto, o FloridaMente. Contadores de histórias, palhaços e debatedores foram até a Escola Virgílio Libonati, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), e promoveram um encontro de alunos e coordenadores com eles mesmos. “Nosso foco era, exatamente, atingir os alunos de escola pública, tendo em mente que vivemos em uma sociedade de oportunidades desiguais, onde esses alunos, muitas vezes, não têm a chance de debater sobre assuntos extremamente necessários para o nosso cotidiano, e acabam limitando seus pensamentos ao que veem e ouvem durante seus dias, não podendo, dessa forma, ter a chance de refletir sobre outra forma de pensar um mesmo tema”, diz Tainá.

GALERIA | FloridaMente

Tempo de florescer

Rebeca Litaiff_Acervo pessoal
Rebeca Litaiff. (Foto: Acervo pessoal)

2011, o ano em que a primeira semente do voluntariado caiu no coração de Rebeca Litaiff. A universitária de 19 anos, naquela ocasião, se inscreveu para vestir o colete da Cruz Vermelha no Círio de Nazaré. “apesar do sufoco e de toda confusão, senti uma paz dentro de mim, e nunca mais quis que essa sensação morresse”, lembra Rebeca. Depois disso, veio o Flores de Kahlo, flor que a menina cuida com o amor de quem não quer a deixar morrer. Para o futuro, o que Rebeca deseja? “Que essa flor vai continuar firme e forte, sempre sendo colhida e recebendo cuidados de diversas pessoas, que fazem com que suas sementes sejam espalhadas pela cidade e colhidas por quem quer que necessite dela”.

Natália Cruz, também integrante do Flores, quer ver uma coisa daqui a 5 anos: “Sorrisos. Funcionam como um combustível pra alma e lembrar deles daqui a 5 anos me faz sempre querer continuar a ser Flores. Te enche a alma do que tem de mais puro. Tornar o mundo mais florido com o floreio de um sorriso proporcionado, fica eterno na alma”.

E regar esse jardim exige dedicação, e é isso que Jamille Nemer quer ver no passado, em 2021. “Quero lembrar do esforço pra conseguir doações, da correria, do alívio quando dá tudo certo, de cada sorriso, cada choro, cada olhar que diz ‘muito obrigado, sempre serei grato’, do sentimento maravilhoso que é ajudar o próximo”. E quem resume o desejo de todos do grupo é Márcia Pastana. Ela quer olhar para trás, daqui a 5 anos, e ter a certeza de que “não deixamos nossas flores murcharem”.

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