Vem de Tucuruí um novo nome da música folk paraense, com seu primeiro EP de voz, violão e a essência do compositor
Gustavo Ferreira

Eduardo Tenório nasceu lá em Tucuruí, no sudeste paraense. Desde bem cedo ele já ouvia Metallica e Raimundos, mas foi em Cássia Eller que o menino descobriu o prazer de cantar e tocar. Esse foi o começo de uma carreira que, hoje, se materializou em um EP de quatro canções e muitas inspirações. O Repórter E recebe e apresenta Eduardo, com seu trabalho, “Parte” [download aqui], um novo registro da música folk autoral no Pará.
REPÓRTER E: Edu, apresente-se. Me fala um pouco da tua trajetória e como a música chegou na tua vida.
EDUARDO: Sou Eduardo, nascido em Tucuruí, no interior do estado. A música chegou muito cedo em minha vida, principalmente com as coisas que meu irmão me mostrava, ouvia muita coisa pesada: Iron Maiden, Metallica, Slayer; mas foi Raimundos que me fez ficar maluco por música e hardcore. Isso tudo eu ouvia com 6 anos de idade. E, claro, fui amadurecendo meu gosto de acordo com o tempo. Aos 10 me apaixonei por Cássia Eller e, foi ela, na verdade, que me fez querer tocar violão. Na adolescência tive banda, como quase todo garoto dessa geração 90 que ouvia Blink 182, Green Day e essas coisas. Mas nunca abandonei minha paixão por voz e violão.

REPÓRTER E: Quais foram as tuas primeiras referências musicais? Como chegaste nelas pela primeira vez, e o que tem de mais forte delas no teu EP?
EDUARDO: Minhas primeiras referências verdadeiras, e que moldaram meu gosto para chegar ao EP foram os artistas clássicos folk, como o Bob Dylan, Woody Guthrie, Nick Drake, depois fui conhecendo essa galera mais nova do indie folk, que hoje é o estilo que eu mais gosto, como Elliott Smith, The Tallest Man Of Earth, City and Colour. De mais forte nesse registro é a clara influência de Elliott Smith, que é meu ídolo e que me fez querer me tornar um artista e expor o que eu sentia.
REPÓRTER E: Lançaste no último dia 15 o teu primeiro EP na internet. Como foi o processo de feitura desse trabalho, da ideia até a composição das letras e dos arranjos? Quem foram teus parceiros nessa jornada?
EDUARDO: Foi tudo muito devagar, sem querer apressar nada, desde a composição a gravação. Sempre quis fazer algo confessional, não consigo escrever nada sem estar sentindo aquilo. Todas as músicas do EP foram musicadas por mim e três letras são de minha autoria e uma é do meu grande parceiro Diego (Ferreira), que compôs A Noite em Ti. A ideia do registro era que cada música seria uma parte de mim, uma parte do que eu sentia e sinto, todas as músicas falam algo de mim. E, claro, não podia deixar de mencionar minha grande companheira que me apoiou nisso tudo: Glenda.
PLAY | Ouça o EP “Parte”, de Eduardo
REPÓRTER E: Eduardo, teu trabalho vem num momento muito produtivo para a música autoral do Pará, com uma galera boa produzindo, tocando, mostrando a cara e o som. Quem desses contemporâneos tu destacarias, e com quem pensas em trabalhar?
EDUARDO: Gosto muito da Turbo, acho muito bom o que eles fazem, dá pra citar também o Meio Amargo, Aeroplano, e uma das que eu mais gosto, A Trip to Forget Someone. Tenho muita vontade de fazer algo com essa galera. Ah, e não posso esquecer da Livia Mendes que conheci aqui pelo teu blog e gostei demais.
REPÓRTER E: É um momento de efervescência criativa e, ao mesmo tempo – e por conta disso – é um momento de luta por mais espaço e políticas públicas mais abrangentes para a cultura. Estás pronto pra encarar essa batalha, com a tua música?
EDUARDO: Claro, quero mostrar minha música e minha mensagem pra um maior número de pessoas possível e ajudar a fortalecer a cena.
REPÓRTER E: E pro futuro? Já tens outros projetos e parcerias em mente, shows? Ou ainda estás sentindo qual é a tua vibe pra apostar na música como carreira?
EDUARDO: Já tenho outro EP todo composto que no futuro irei lançar. Estou totalmente aberto a parcerias e shows e quero muito que tudo isso dê certo. Quem quiser me chamar aí em Belém para tocar, irei com muito gosto.