Laços virtuais com o Círio

Universitário de Belém gerencia fan page dedicada ao Círio de Nazaré, na base da experimentação, do aprendizado e da fé

Gustavo Ferreira

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Fan page Círio Outra Vez, de Gabriel Mota: um elo com Maria. (Arte: Reprodução)

marca-monoO que nos liga às pessoas? Relações de afeto, gratidão, necessidade, interesses em comum, tudo isso pode nos aproximar de outros grupos, pessoal ou virtualmente. As redes que se estabelecem na internet podem nos levar a conhecer novas experiências, oportunidades e emoções. E em outubro, por aqui, as emoções afloradas nos unem com outra força, é diferente. O universitário Gabriel Mota encontrou nas mídias sociais uma forma de congregar o Círio de Nazaré com as pessoas que, de alguma forma, se ligam a esse momento. Esse elo é a página Círio Outra Vez, no Facebook.

A história é parecida com a de outros calouros: em agosto de 2013 o recém-chegado ao curso de Comunicação Social – Jornalismo da UFPA criou um projeto de experimentação na internet, e encontrou no Facebook a plataforma ideal para reunir uma comunidade de admiradores do Círio como grande evento, religioso e cultural. “Uni o útil, que é o exercício de cobrir os eventos e compartilhar curiosidades desse acontecimento, ao agradável, que é estar em rede com pessoas que, assim como eu, têm uma relação afetuosa com Maria”, explica Gabriel.

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Gabriel Mota, criador da página. (Foto: Acervo Pessoal)

O trabalho foi aprimorado ao longo desses três anos. O que era apenas algo intuitivo se tornou um projeto organizado, com cronograma de produção e divulgação dos conteúdos, que são especialmente serviços como agenda de eventos relacionados à quadra nazarena, e mensagens de fé e evangelização. Hoje a fan page tem mais de 1.000 curtidas, muitas delas do eixo Rio-SP, de pessoas que não podem vir a Belém nesses dias mas quer viver a experiência mariana de alguma forma. E pra tudo isso Gabriel conta com uma ajuda muito especial: a mãe, Nise, é a parceira na produção e na divulgação.

Amor de mãe que define a relação dele com Nossa Senhora, mãe e filho que nunca se afastaram. “Não preciso dizer a Ela em oração todas as minhas aflições. Quando penso em Nossa Senhora, me sinto encorajado a fazer o que depende só de mim, e o que não depende se resolve. Sempre”, explica o jovem apaixonado por histórias de fé que brotam em Belém. Mas o que liga o menino e a padroeira tem um capítulo pessoal e muito especial.

“Teve um momento difícil que não esqueço: na época do vestibular, não passei na primeira chamada. Havia ficado em segundo lugar entre os não classificados, e apesar da chance que ainda existia encarei aquilo como um sinal de que eu deveria ter me esforçado mais nos estudos. Pedi a Ela que me ajudasse a conviver com a angústia da espera, e principalmente a não me abater caso precisasse tentar mais uma vez. Quando saiu a segunda lista, meu nome estava lá. Sinto que Ela me ajudou a passar pelo que eu precisava passar, a aprender que devemos dar o nosso melhor pra ficarmos em paz, independente do resultado”.

Foi em Nossa Senhora que Gabriel se apoiou, e a devoção se transformou em aprendizado. Assim ele quer seguir, conhecendo e revelando mais sobre o Círio de Nazaré, na web e na vida acadêmica: “O nosso povo e o nosso lugar têm mais a dizer do que já foi ouvido, por isso realizar projetos que envolvam a fé dos paraenses na Virgem de Nazaré é um convite desafiador à criatividade. Esse ano, em meio à alimentação da página, estou trabalhando no meu TCC que vai ser sobre experiências compartilhadas no Círio. Entro e saio da graduação envolvido emocionalmente com a Nazinha”.

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