Seleção sofre com a retranca costarriquenha, e só consegue marcar no fim da partida em São Petersburgo, com Coutinho e Neymar; Douglas Costa é destaque

Quem inventou os acréscimos na regra do futebol merece um abraço do tamanho do Brasil! Foram precisos dois tempos inteiros de jogo pro nosso time conseguir acertar a última bola, marcar duas vezes – com Coutinho aos 45′ e Neymar aos 50′ – e vencer a Costa Rica pela décima vez na história. O alívio de um país inteiro, que viu a Seleção não evoluir, parar na falta de criatividade individual dos nossos melhores jogadores. E cá pra nós: empatar com a fraquíssima seleção costarriquenha seria um tremendo vexame.
A expectativa era muito grande em cima de Neymar. Pressionado por não ter feito um jogo à altura do seu valor de mercado, contra a Suíça, o camisa 10 precisava provar seu talento. Não conseguiu em praticamente toda a partida de hoje, em São Petersburgo. Marcado, errou passes simples e foi desarmado, driblou demais e finalizou de menos.
Outro que não jogou tanto foi Philippe Coutinho. A bola colocada, característica dele, e de onde saiu nosso gol contra os suíços, não entrou. O jogo ficou penso no lado esquerdo, basicamente numa trinca Marcelo-Neymar-Coutinho, mas não tinha a última bola. Deus guardou justamente para eles os postos de protagonistas. Precisava ser tão tarde?
O primeiro tempo foi o retrato de como a Costa Rica veio fechada. A opção por adiantar os laterais funcionou mais com Marcelo e menos com Fagner, pouco objetivo. Willian também não acertou nos cruzamentos pela direita do ataque, tanto é que sua atuação abaixo da média – a segunda em dois jogos nessa copa – fez Tite escolher Douglas Costa no segundo tempo. E aí o jogo mudou.

A movimentação pela direita ganhou ofensividade com Douglas, as jogadas começaram a aparecer, e o Brasil passou a mandar no ataque. Aí teve chance boa de Neymar aos 2 minutos, bola no travessão e chute desviado de Coutinho aos 3 minutos, grande defesa do goleiro Navas aos 10, em chute de Neymar… Era uma seleção mais ofensiva, porém continuava pouco objetiva. O grito de gol não saía. Poderia sair aos 33 minutos, quando o juiz marcou pênalti em Neymar. Porém, o VAR entrou em ação e o árbitro holandês Bjorn Kuypers viu que não foi nada.

E o tempo passando, os jogadores da Costa Rica catimbando, o jogo terminando… E aí brilharam duas estrelas. A primeira é de Coutinho, que entrou e chutou de bico uma bola amortecida por Gabriel Jesus. 1 a 0, aos 45 minutos do segundo tempo. A euforia foi enorme, mas faltava um capítulo nessa história. A redenção.
Seis minutos de acréscimo. Firmino chutou pra fora uma boa chance dentro da área, mas logo depois a bola chegou no pé do craque. Casemiro – que não foi bem na partida – puxa contra-ataque, passa pra Douglas Costa, e ele cruzou pra um Neymar sozinho de frente pro gol. Gol! Com direito a choro de desabafo, foi dele o segundo do Brasil. Fecha a conta, respira e segue a copa!
Em sua estreia em copas, Douglas Costa deu mais intensidade ao ataque do Brasil no segundo tempo. Com ele a direita passou a participar mais do jogo, equilibrando as jogadas, e foi dele a assistência para o gol de Neymar.
Apesar da boa vitória, a decisão fica para quarta-feira (27), contra a Sérvia. O jogo será em Moscou, e o Brasil vai brigar pelo primeiro lugar do Grupo E. Mais tarde a Sérvia enfrenta a Suíça, às 15h, em Kaliningrado, e se vencer já garante vaga nas oitavas.