Seleção não consegue furar bloqueio belga, perde por 2 a 1 em Kazan, e fica pelo caminho pela quarta Copa seguida; Bélgica encontra a França nas semi
Lucas Muribeca e Gustavo Ferreira

Na noite desta sexta-feira, 6, mais uma seleção campeã mundial se despediu da Copa no gramado da Arena de Kazan. Depois de Alemanha e Argentina, infelizmente, dessa vez foi a camisa mais pesada do mundo que deixou a competição. Em um jogo no qual as falhas técnicas individuais se sobressaíram à criação de oportunidades, o Brasil perdeu de 2 a 1 para a Bélgica e disse adeus ao sonho do hexa em 2018.
Logo no início do primeiro tempo, aos 13 minutos, por uma trapalhada entre Gabriel Jesus e Fernandinho, o camisa 17 – que entrou na vaga de Casemiro, suspenso – fez o gol contra que abriu o placar para os belgas. O segundo da história da nossa Seleção. O segundo em duas copas seguidas. Os europeus ampliaram o placar com De Bruyne, aos 31, com um belo gol iniciado em uma jogada que novamente teve falha do volante brasileiro.

A partir de então, mesmo sofrendo da desorganização técnica e tática dos outros jogos da Copa, o Brasil teve chances na área adversária. Não foi o suficiente.
No segundo tempo, Tite acertou nas entradas de Renato Augusto e Douglas Costa. Com os dois jogadores, a Seleção começou a ter mais volume de jogo. Aos 31, Phillipe Coutinho deu o passe para Renato Augusto, que marcou o primeiro do Brasil. E até os 50 várias chances foram criadas. Os brasileiros tiveram a oportunidade de empatar e até virar…

Não deu porque Philippe Coutinho, em outra atuação irregular, quis colocar uma bola de frente pro gol. Não deu porque o próprio Renato Augusto, também de frente, errou a finalização. E não deu também porque o goleiro Courtois fez uma das melhores partidas da carreira. Seguro, bom de reflexos e cirúrgico, especialmente em uma defesa do melhor chute de Neymar no jogo.
A sensação que fica é que o Brasil merecia pelo menos ir para a prorrogação, principalmente pelo trabalho que fez na segunda etapa da partida. No jogo, os belgas tiveram quatro bolas em direção ao gol; os brasileiros, oito. Além do mais, também fica o destaque, mesmo com a eliminação, para a zaga com Thiago Silva e Miranda, que conseguiram desarmar diversas jogadas.
Aos belgas, resta a merecida comemoração de um time que jogou bem, fez o suficiente para nos envolver, e vai enfrentar a França na semifinal da Copa com chances de chegar à final inédita. Talentos como Lukaku, De Bruyne, Hazard, Fellaini, bem treinados pelo espanhol Roberto Martinez, e que não perde há 22 meses, mostram como vale a pena investir em um trabalho de médio e longo prazo.
Já nós vamos ao Catar com um jejum de vinte anos sem títulos. O hexa é um sonho que teima em não virar realidade. Ano que vem o ciclo recomeça com a Copa América, aqui no Brasil. Mais quatro longos anos pra recomeçar, e voltar a dar à camisa amarela o peso de um título mundial. Já esperamos tempo demais.

Courtouis, certamente, é o nome da partida. Se não fosse por ele, o placar teria sido diferente. O goleiro fez grandes defesas, principalmente no segundo tempo quando conseguiu parar oportunidades de Neymar e Phillipe Coutinho.